No coração de uma cidade encantada, havia um circo muito especial chamado “O Grande Circo da União”. Lá, cada artista tinha um talento único: a trapezista voava como um pássaro, o domador de leões era corajoso e respeitoso com os animais, os palhaços enchiam o picadeiro de alegria e os malabaristas faziam as bolas dançarem no ar.

Entre eles estava Lino, um artista inquieto. Primeiro, ele foi malabarista, mas se cansou porque queria mais emoção. Depois, tornou-se acrobata, mas logo desistiu, achando que seu verdadeiro lugar era no trapézio. Ele queria brilhar mais do que todos, mas sempre deixava sua trupe em apuros. Como malabarista, deixava as bolas caírem; como acrobata, errava os saltos e, agora, como trapezista, não conseguia se equilibrar. Ele queria ser tudo, mas não era bom em nada.

Certo dia, o dono do circo, o sábio Mestre Augusto, reuniu todos os artistas e disse:

— Um circo funciona como o corpo humano. Cada um de vocês é uma parte essencial. Os pés não podem dizer que querem ser as mãos, nem os olhos podem fazer o trabalho dos ouvidos. Se cada um quiser fazer o que não foi chamado para fazer, tudo desmorona.

Lino abaixou a cabeça. Ele percebeu que, na sua ânsia de ser o centro das atenções, estava prejudicando seus amigos e a si mesmo. Mestre Augusto continuou:

— Cada um de nós tem um propósito. Não importa se é malabarista, acrobata, trapezista ou palhaço. O importante é encontrar o talento que Deus nos deu e usá-lo para o bem de todos. Quando aceitamos nosso papel, o espetáculo brilha!

Naquela noite, Lino pediu uma chance para treinar como apresentador. Com sua energia e paixão, descobriu que sua verdadeira vocação era animar o público e apresentar os espetáculos. Pela primeira vez, ele se sentiu parte do circo de verdade.

E assim, “O Grande Circo da União” continuou encantando a todos, pois cada artista, grande ou pequeno, descobriu que o mais importante não era fazer tudo, mas fazer bem aquilo para o qual foi chamado.