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O Menino de Algodão e a Semente do Coração

No Vale dos Sonhos, onde as nuvens tocavam o chão e o vento soprava canções suaves, vivia um pequeno menino feito inteiramente de algodão. Seu nome era Núa. (Núa – Derivado do gaélico, significa “essência pura”.)

Núa tinha um coração diferente dos outros meninos: dentro dele havia uma semente dourada, que brilhava com um calor suave. Um dia, sentiu que era hora de plantá-la.

Ele cavou numa terra fofinha, colocou a semente ali e cobriu com carinho. Mas, ao se curvar, percebeu que algo estranho acontecia: ele estava mais leve! Era como se a semente fizesse parte do seu peso, e agora que não estava mais dentro dele, o vento começou a carregá-lo para longe.

Núa flutuou pelos céus, passando por nuvens, montanhas e rios. Ele queria muito ver sua semente crescer, mas cada vez que tentava voltar, o vento o empurrava ainda mais. O tempo mudava, e às vezes ele se molhava com a chuva, se desmanchava um pouco com o sol forte ou se sentia frágil diante da ventania.

— Se ao menos eu pudesse ver o minha pequena semente coração (era assim que ele a chamava) germinar! — suspirava ele.

Núa não sabia, mas sua semente já estava crescendo forte e bonita. As raízes se aprofundavam, o caule subia em direção ao céu e as folhas dançavam ao vento. No entanto, ele ainda não podia vê-la porque estava ocupado demais tentando resistir ao que não podia controlar.

Foi então que, depois de muito tempo voando, Núa ouviu uma voz dentro de si:

— O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

Ele lembrou-se do motivo pelo qual havia plantado aquela semente: porque acreditava no que ela poderia se tornar. Então, mesmo sem vê-la, ele decidiu confiar.

E foi nesse momento que algo maravilhoso aconteceu. O vento, que antes parecia um inimigo, se tornou um amigo. Ele o guiou suavemente até o chão, bem ao lado da árvore que havia crescido da sua semente. Agora, Núa já não era mais um menino de algodão tão frágil: ele havia aprendido a esperar, a confiar e a crescer, assim como sua árvore coração.

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